Na Rede Globo, formato permitiu confronto direto o tempo inteiro entre os três candidatos ao governo do Estado
Foto: Igo Bione/JC Imagem
Paulo Câmara (PSB) foi o alvo preferencial dos outros dois candidatos, Armando Monteiro (PTB) e Zé Gomes (PSOL) durante o último debate em nível estadual promovido na noite desta terça (30), pela Rede Globo. Mais curto que eventos anteriores promovidos por outras emissoras, o debate se dividiu em três blocos: o primeiro, composto por duas rodadas de temas livres; o segundo, com temas definidos por sorteio; e o terceiro, voltado para as considerações finais.
Armando abriu as perguntas, inquirindo Paulo acerca de sua avaliação sobre a importância dos governos Lula e Dilma para Pernambuco. O socialista respondeu que a gestão de Eduardo Campos “teve ajuda de muita gente, mais de Lula que de Dilma”, e que o Estado se destaca por estruturar bons projetos e tirá-los do papel. Armando criticou o adversário, dizendo que foi “injusto diante da imensa contribuição de Dilma”, e recebeu uma cutucada de volta. Paulo afirmou que ele estaria agindo ao sabor das intenções de voto e que, “agora que Dilma subiu nas pesquisas, resolveu falar dela”.
A maior saia-justa da discussão foi quando Zé Gomes perguntou a Paulo sobre a procedência de R$ 8 milhões recebidos por seu partido, o PSB. Visivelmente nervoso, ele disse que a população quer “debates com propostas sobre educação e saúde”, e que não teria esses dados no momento, mas poderia disponibilizá-los, já que as doações seriam “legais e transparentes”. Diante disso, Gomes desafiou o adversário a comparecer hoje, às 14h, no Tribunal Regional Eleitoral, a fim de apresentar esses dados, afirmando que “quem paga a banda, escolhe a música”. Zé Gomes também “apertou” Paulo sobre a questão da criminalização da homofobia e da união entre pessoas do mesmo sexo, destacando a ligação do PSB com “pontas-de-lança anti-LGBT” como o deputado federal Pastor Eurico. Nervoso, Paulo acabou se declarando “a favor e contra qualquer tipo de discriminação”.
Outro destaque aconteceu quando Paulo perguntou a Armando quais seriam suas propostas voltadas para os servidores públicos. “Você ajudou a promover um dos maiores arrochos salariais da história de Pernambuco”, acusou o petebista, citando o caso dos professores e policiais e acrescentando que Paulo poderia ter melhorado as condições de trabalho dessas categorias quando secretário de governo, mas não o fez. Paulo rebateu com críticas à atuação de Armando na iniciativa privada, que teria resultado em demissões e dívidas trabalhistas, e foi descrito por Armando como “demagogo” e alguém que “fez carreira na burocracia sendo nomeado por contraparentes”. Armando também atacou a “abusiva exploração” da imagem de Eduardo Campos na campanha do PSB. “Vou continuar falando de Eduardo e não é você quem vai definir isso”, disse Paulo, frisando ter “entrado no serviço público por meio de concurso”.
O petebista alfinetou o adversário sobre uma rubrica de R$ 4 bilhões disponibilizados pelo governo para gastos com informatização na área da Saúde, e diante da evasiva, afirmou que “Paulo não responde de maneira frontal”. E numa questão sobre saneamento, Armando afirmou que quando assumir o governo, terá Dilma como parceira, o que fez Paulo dizer que “o povo de Pernambuco não gosta de chantagem”. Armando quis direito de resposta, por se considerar ofendido, mas o pedido foi negado pela produção da emissora.
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