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quinta-feira, 13 de julho de 2017

ERA UMA QUESTÃO DE TEMPO: Imagens feitas dias antes do desabamento de prédio em Garanhuns mostram problemas graves na estrutura do imóvel


Rachadura considerável na estrutura do prédio era indício de uma tragédia eminente

Garanhuns ainda vive o luto e a dor pela perda das vítimas da queda de um 
prédio residencial com seis apartamentos ocorrido na última segunda, 10 de 
julho, no bairro Aluísio Pinto.  No meio dos escombros - e tendo como pano 
de fundo um cenário de guerra - peritos do Instituto de Criminalística 
estiveram nesta quarta-feira, (12) palmilhando a montanha de concreto e 
ferro retorcido em busca de respostas para explicar as causas e apontar 
os responsáveis pela tragédia.  

A visita faz parte do cronograma estabelecido pela Polícia Civil, responsável 
pelas investigações. Novas idas dos peritos ao local devem acontecer nos 
próximos dias e ainda não há data para a conclusão do inquérito. É cedo 
para apontar o que de fato levou à queda do imóvel, mas imagens obtidas pelo 
Blog V&C, feitas dias antes do desastre, não deixam dúvidas de que a estrutura 
do edifício estava bastante comprometida e, se nada fosse feito, (como de fato 
não foi) o bloco de apartamentos residenciais desabaria, mais dia, menos dia.
Piso em volta de um dos pilares do prédio apresentava trincas e afundamento


Mostramos algumas das fotos a um engenheiro para que ele analisasse de
maneira sucinta a estrutura do imóvel antes de sua queda. Segundo o 
profissional, a estrutura apresentava desagregação do revestimento, o que pode 
ser caracterizado por uma série de fatores, dentre estes, retração/dilatação 
dos materiais envolvidos e movimentação da estrutura. O engenheiro 
também chamou a atenção para uma considerável danificação estrutural 
dos pilares, onde há a presença de grandes rachaduras e trincas em sua 
base, podendo terem sido causadas devido a acomodação do terreno ou 
mal dimensionamento. 'Essa rachadura com dimensões razoáveis 
mostradas em uma dessas imagens deveria ter servido de alerta para 
um olhar mais atento para a estrutura. Do modo como essas fotos mostram 
o prédio, e com a intensificação das chuvas, deveria ter sido feita a 
evacuação imediata do local", frisou o engenheiro que pediu reserva de 
sua identidade.

Ainda segundo ele, em uma análise preliminar, não dá pra apontar uma 
causa isolada como responsável pelo desmoronamento e sim uma possível 
soma de fatores. De cara já dá pra concluir que houve falhas no planejamento 
da obra.  "A maioria das construções aqui na cidade não tem um 
diagnóstico do solo, para ver se tem estrutura e qualidade para suportar 
uma edificação e pelo que vi o terreno onde o prédio caiu 
era barroso", concluiu.
Rachaduras nos apartamentos assustavam moradores, mas nada foi feito

Além da Polícia Civil, CREA e Governo Municipal de Garanhuns fazem 
suas próprias investigações dentro de suas esferas de atribuição para tentar 
chegar a um denominador comum sobre o que de fato ocorreu. O prédio 
apresentou problemas desde o início de sua construção  e chegou a desabar 
no começo da obra, sendo reerguido em seguida. De lá pra cá, as complicações 
na estrutura foram se acentuando paulatinamente até culminar com aquela 
fatídica e triste  segunda-feira, 10 de julho. "Morei lá faz três anos e 
observei muitos problemas no prédio. Como não foram sanados, resolvi 
sair", disse um antigo morador. Infelizmente Edval, Antônio, e suas 
famílias, maiores vítimas dessa catástrofe, não tiveram a mesma sorte.



Com deficiências gritantes na estrutura, tragédia era uma questão de tempo



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