GARANHUNS:Oposição renasce das cinzas a que foi reduzida e senta a ripa em Izaías

Plenário da Câmara Municipal de Garanhuns: realinhamento de forças para 2015

A oposição a um governo, seja o federal o estadual ou o municipal, é um dos pilares de maior importância de uma democracia. Não aquela oposição do "quanto pior melhor", esta não serve, porque pensa no seu próprio umbigo. Quando contrapõe o gestor, não está pensando nos interesses reais da sociedade, mas sim exclusivamente no seu próprio umbigo, nas suas vaidades e ambições pessoais. Se a oposição é responsável, travando o debate político em cima de propostas e projetos que beneficiem a coletividade, ela se fortalece e presta um grande serviço ao cidadão, porque em seu nome, fiscaliza, cobra, diverge, corrige rumos. A oposição está para a democracia assim como o médico está para a saúde, mas, aqui por Garanhuns, ela vinha capengando há quase dois anos. Era irrelevante, apequenada, reduzida a apenas um vereador, o parlamentar Sivaldo Albino.

Essa situação começou a mudar no último dia 31 de outubro quando ocorreu a eleição da Mesa Diretora da Casa Raimundo de Moraes para o Biênio 2015/2016. O grupo apoiado pelo prefeito conseguiu uma vitória espremida por 7 a 6. Com isso, Gersinho Filho (SD) foi escolhido o presidente.  Gil PM, vice-presidente, Carla de Zé de Vilaço, 1ª Secretária, e Alcindo Correia, 2º Secretário completam os cargos da  nova mesa.

O ingrediente novo extraído desse episódio foi o nascimento de um bloco de oposição gestado, ao que parece, sob a orientação do deputado eleito Álvaro Porto e formado pelos vereadores Sivaldo Albino (PPS), Sílvio Sabino (PSC), (líder do prefeito na Câmara até uma semana antes da eleição) Nelma Carvalho (PR), Luzia da Saúde (PROS),  Paulo Leal (PSB) e Claudio Taveira (PROS).  Todos estes, a exceção de Sivaldo, eram, até semana passada, aliados do Executivo garanhuense e se juntaram para contrapor a chapa situacionista da eleição na Câmara Municipal. Uma vez derrotados, deram início ao que vem sendo chamado de G6 oposicionista. A base rachou e rachou ao meio.

Renascida das cinzas a que foi reduzida e com sua frágil musculatura fortalecida, a nova oposição da Casa Raimundo de Moraes afinou o discurso e em um périplo pelas rádios de Garanhuns na manhã desta terça, dia 04 de novembro, adotou um tom duro contra o prefeito Izaías, que está viajando, mas deve ter ficado com as orelhas queimando.

 "Agora quando forem procurar a oposição não acharão apenas eu. Ao meu lado, estarão os meus companheiros, Claudio Taveira, Nelma, Luzia, Paulo Leal e Silvio. Quem ganha com isso é a Câmara Municipal e o povo", disse Sivaldo em entrevista à Rádio Jornal.  Nelma falou que Izaías traiu o bairro da Liberdade ao não alocar recursos para a comunidade. Sílvio Sabino, disse entre outras coisas, que agora era vereador do povo. Revelou também que o prefeito era truculento no trato com seus aliados. "Vi Izaías berrando com alguns vereadores afirmando que se não estivessem satisfeitos fossem para a oposição", confidenciou. Luzia afirmou que não foi valorizada na base do governo. "Tinham um compromisso comigo, mas não cumpriram",pontou durante a entrevista. Paulo Leal confidenciou que, apesar de ser da situação, era tratado como oposição no governo Izaías. Falando sobre a eleição na Câmara, Claudio Taveira, candidato a presidente derrotado,  se queixou da forma como foi escolhida a chapa situacionista. Vi que a maneira como foi lançado o nome do amigo Haroldo foi errada. Deveria ter sido um processo mais democrático onde os aliados pudessem escolher", completou. Haroldo era o candidato do prefeito até horas antes da eleição, quando foi substituído por Gersinho Filho.

Na nova configuração do legislativo o realinhamento de forças políticas ficou assim definido:  Audálio Filho, Zaqueu Lins, Gersinho Filho, Gil PM, Carla de Zé de Vilaço, Alcindo Correia e Haroldo Vicente permanecem na base aliada do governo.  Sivaldo Albino, Sílvio Sabino,  Nelma Carvalho, Luzia da Saúde, Paulo Leal e Claudio Taveira são agora de oposição.

Não há democracia plena sem uma oposição. Ela é necessária e natural.  Quem não sabe conviver com isto, não pode sequer estar na política. Portanto, este último grupo de parlamentares tem uma chance única de aperfeiçoar o processo democrático se optar por fazer uma oposição responsável que coloque os interesses e o bem-estar dos munícipes em primeiro lugar, antes até dos seus próprios. Não devem se deixar seduzir pela prática do "Quanto Pior Melhor". Obterão sucesso e prestarão um grande serviço à cidade caso se posicionem como um fiel da balança fazendo o contraponto de maneira firme proativa, mas responsável, nos debates e propostas que proporcionem melhorias para Garanhuns. É isso que a sociedade espera.

Fonte: http://www.vecgaranhuns.com/