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quarta-feira, 4 de julho de 2018

CINCO CIDADES DE PERNAMBUCO ESTÃO EM ALERTA POR RISCO DE POLIOMIELITE



Ministério da Saúde faz alerta para o perigo de reintrodução da pólio no Brasil
Foto: José Cruz/ Agência Brasil
As baixas coberturas vacinais, principalmente em crianças menores de 5 anos, acenderam uma luz vermelha no País. Em reunião com representantes de estados e municípios, o Ministério da Saúde alertou que 312 municípios brasileiros estão com cobertura vacinal abaixo de 50% para a poliomielite – ou “paralisia infantil”, uma doença infectocontagiosa viral aguda já erradicada no País e caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. Em Pernambuco, cinco municípios fazem parte dessa lista: Jaboatão dos Guararapes (Grande Recife), Cortês (Zona da Mata Sul), Palmares (Zona da Mata Sul), Frei Miguelinho (Agreste) e Correntes (Agreste).

 “O risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em mente que a vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no País. Todas as crianças menores de 5 anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”, destaca a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Carla Domingues.

Para os Estados que estão abaixo da meta de vacinação, o Ministério da Saúde tem orientado os gestores locais que organizem suas redes, inclusive com a possibilidade de readequação de horários mais compatíveis com a rotina da população brasileira. Outra orientação é o reforço das parcerias com as creches e escolas, ambientes que potencializam a mobilização sobre a vacina por envolver também o núcleo familiar. Outro alerta constante do Ministério da Saúde é para que estados e municípios mantenham os sistemas de informação devidamente atualizados.

O Ministério da Saúde ainda reforça que todos os pais e responsáveis têm a obrigação de atualizar as cadernetas de seus filhos, em especial das crianças menores de 5 anos que devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina. “As vacinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis durante todo o ano, exceto a da gripe que faz parte de uma campanha e exige um período específico de proteção, que é antes do inverno”, enfatiza Carla Domingues. Uma oportunidade de atualizar caderneta será na próxima Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que acontecerá no período de 6 a 31 de agosto de 2018.

“Em muitos casos, pais e responsáveis não vêm mais algumas doenças como um risco, como é o exemplo da poliomielite. Por isso, é necessário ressaltar a importância da imunização e desmistificar a ideia de que a vacinação traz malefícios”, ressalta Carla Domingues. A diretora do PNI ainda destacou que as vacinas são completamente seguras. “Em alguns casos, as vacinas podem levar a eventos adversos, assim como ocorre com os medicamentos, mas são infinitamente menores que os malefícios trazidos pelas doenças. As vacinas são seguras e passam por um rígido processo de validação.”

SOBRE A PÓLIO

A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor se instala subitamente, com evolução que frequentemente não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.
A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

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