Rachadura considerável na estrutura do prédio era indício de uma tragédia eminente |
Garanhuns ainda vive o luto e a dor pela perda das vítimas da queda de um
prédio residencial com seis apartamentos ocorrido na última segunda, 10 de
julho, no bairro Aluísio Pinto. No meio dos escombros - e tendo como pano
de fundo um cenário de guerra - peritos do Instituto de Criminalística
estiveram nesta quarta-feira, (12) palmilhando a montanha de concreto e
ferro retorcido em busca de respostas para explicar as causas e apontar
os responsáveis pela tragédia.
A visita faz parte do cronograma estabelecido pela Polícia Civil, responsável
pelas investigações. Novas idas dos peritos ao local devem acontecer nos
próximos dias e ainda não há data para a conclusão do inquérito. É cedo
para apontar o que de fato levou à queda do imóvel, mas imagens obtidas pelo
Blog V&C, feitas dias antes do desastre, não deixam dúvidas de que a estrutura
do edifício estava bastante comprometida e, se nada fosse feito, (como de fato
não foi) o bloco de apartamentos residenciais desabaria, mais dia, menos dia.
Mostramos algumas das fotos a um engenheiro para que ele analisasse de
Piso em volta de um dos pilares do prédio apresentava trincas e afundamento |
Mostramos algumas das fotos a um engenheiro para que ele analisasse de
maneira sucinta a estrutura do imóvel antes de sua queda. Segundo o
profissional, a estrutura apresentava desagregação do revestimento, o que pode
ser caracterizado por uma série de fatores, dentre estes, retração/dilatação
dos materiais envolvidos e movimentação da estrutura. O engenheiro
também chamou a atenção para uma considerável danificação estrutural
dos pilares, onde há a presença de grandes rachaduras e trincas em sua
base, podendo terem sido causadas devido a acomodação do terreno ou
mal dimensionamento. 'Essa rachadura com dimensões razoáveis
mostradas em uma dessas imagens deveria ter servido de alerta para
um olhar mais atento para a estrutura. Do modo como essas fotos mostram
o prédio, e com a intensificação das chuvas, deveria ter sido feita a
evacuação imediata do local", frisou o engenheiro que pediu reserva de
sua identidade.
Ainda segundo ele, em uma análise preliminar, não dá pra apontar uma
Ainda segundo ele, em uma análise preliminar, não dá pra apontar uma
causa isolada como responsável pelo desmoronamento e sim uma possível
soma de fatores. De cara já dá pra concluir que houve falhas no planejamento
da obra. "A maioria das construções aqui na cidade não tem um
diagnóstico do solo, para ver se tem estrutura e qualidade para suportar
uma edificação e pelo que vi o terreno onde o prédio caiu
era barroso", concluiu.
Além da Polícia Civil, CREA e Governo Municipal de Garanhuns fazem
Rachaduras nos apartamentos assustavam moradores, mas nada foi feito |
suas próprias investigações dentro de suas esferas de atribuição para tentar
chegar a um denominador comum sobre o que de fato ocorreu. O prédio
apresentou problemas desde o início de sua construção e chegou a desabar
no começo da obra, sendo reerguido em seguida. De lá pra cá, as complicações
na estrutura foram se acentuando paulatinamente até culminar com aquela
fatídica e triste segunda-feira, 10 de julho. "Morei lá faz três anos e
observei muitos problemas no prédio. Como não foram sanados, resolvi
sair", disse um antigo morador. Infelizmente Edval, Antônio, e suas
famílias, maiores vítimas dessa catástrofe, não tiveram a mesma sorte.
Com deficiências gritantes na estrutura, tragédia era uma questão de tempo |
Postado por V&C Artigos e Notícia
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